Nos últimos três anos a construção civil tem vivido momentos gloriosos. Com a abertura de capital de algumas incorporadoras e construtoras, somada ao apoio do governo federal – por meio de programas voltados à moradia –, não passa um minuto sem que um novo tijolo seja cimentado.
Contudo, apesar desse aquecimento do mercado imobiliário, o custo do metro quadrado ainda é elevado. Mesmo com tantos empreendimentos sendo erguidos a cada dia, a oferta ainda é pequena diante do déficit habitacional brasileiro. Somam-se a isso os altos custos dos terrenos, os preços dos materiais e da mão de obra, impostos etc. É necessário, então, contar com muita criatividade e planejamento na ocasião da ocupação do imóvel, para que não haja desperdícios de espaços.
De olho nesse problema de falta de espaço – especialmente nos grandes centros urbanos –, o mercado de design de produtos investe fortemente na invenção de produtos que tornem a vida mais prática e confortável. Além disso, contamos com antigas soluções que, embora conhecidas, continuam sendo recursos de arquitetos e decoradores. As portas de correr, por exemplo, são grandes aliadas que podem ser usadas tanto para a divisão dos espaços quanto como elemento decorativo. Os espelhos, pelo efeito de amplitude que proporcionam, são usados tanto em ambientes pequenos quanto naqueles de maior espaço, que reúnem várias áreas.
O hall deixou de ser uma área de passagem, e seu uso ganhou multiplicidade: este espaço é agora conhecido como sala de TV, espaço de leitura, área de conforto, antessala etc. Ele tem sido muito usado como home office.
Quando não posicionado em áreas de circulação, o home office pode ser também um recurso extra para a recepção de visitas e local para um hobby. O sofá que vira cama é outra solução usada há muitos anos para o melhor aproveitamento dos espaços – além de funcional, elimina colchões extras. Somam-se a esta alternativa as bicamas e os beliches. Prateleiras altas e os nichos, inclusive de canto, nunca saíram de moda. Uma novidade é a TV embutida diretamente na parede.
Integração de ambientes – com o uso mínimo de paredes – e planejamento de espaços multifuncionais que contem com o apoio de móveis com rodízios e pufes – preferencialmente com baús – são as principais providências no planejamento dos espaços internos.
Além da composição do layout e da correta seleção de móveis e peças, o uso das cores impacta profundamente o resultado da obra. É claro que devem ser levadas em conta as preferências pessoais e as características do ambiente, mas uma boa escolha pode disfarçar problemas ou destacar pontos fortes: para “elevar” o teto, pinte-o com uma cor mais clara que a das paredes; se você quiser alongar um ambiente quadrado, a sugestão é aplicar uma cor mais escura em duas paredes opostas.
A iluminação cria volumes, por isso deve-se lançar mão de uma grande variedade de luminárias de diferentes formatos, tamanhos e alturas. Posicionar luminárias no nível do chão, a meia altura, alta e lá no teto são boas alternativas. Sempre que possível, é interessante colocar lâmpadas embutidas em algumas prateleiras, principalmente na cozinha e no escritório. O espaço ganha vida e dá a impressão de ser maior.
Em tempo: o bem-estar dos moradores deve estar acima de qualquer modismo ou crença. Na composição de ambientes, só haverá eficácia se tanto a funcionalidade quanto a estética fizerem os usuários felizes.